quinta-feira, 18 de abril de 2013

ESTUDO DA VIDA DE JESUS – PARTE 1 – ESTUDO 014



Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.

Lição 014 – A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — 11.

d. O Louvor de Zacarias – Lucas 1:67—79 — continuação.

iv. Para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam - Verso 71.

Os judeus do Antigo Testamento estavam acostumados, por causa das experiências passadas, a entender as profecias concernentes ao Messias como se as mesmas se referissem à libertação do povo de Israel do jugo de dominadores estrangeiros. Durante o período de silêncio profético, entre os profetas Malaquias e João Batista, uma complexa teologia escatológica havia sido desenvolvida pelos judeus baseada exatamente nesta expectativa. Quando analisamos tais expectativas Messiânicas existentes no judaísmo rabínico, a primeira coisa que notamos é que existe um lado positivo e outro negativo nas mesmas. O lado positivo tinha a ver com o cumprimento das expectativas judaicas que fantasiavam acerca de um domínio soberano do povo judeu como “cabeça das nações”. O negativo, por sua vez, estava relacionado com o juízo que viria junto com o advento da era Messiânica e que destruiria os ímpios, que como inimigos do povo de Deus, eram também inimigos do próprio Deus[1]. Esta inimizade traria sobre os ímpios a ira e a vingança de Deus de uma maneira avassaladora. Estes dois lados estão tão intimamente relacionados que é impossível separá-los.

Mas no contexto do Novo Testamento nós somos ensinados que os verdadeiros inimigos do povo de Deus não são nem os estrangeiros em geral e nunca, em nenhuma hipótese, um irmão na fé, em particular. De acordo com a revelação que temos no Novo Testamento os verdadeiros inimigos do homem, aqueles dos quais Jesus veio nos libertar, são tanto internos quanto externos, como podemos ver a seguir, mas não são, definitivamente, outro seres humanos:

O inimigo interno: O pecado impregnado em nossa natureza carnal que nos leva a cometer o desatino de não fazermos o que preferimos e sim o que detestamos. Mas Jesus veio para nos libertar do pecado i.e., das nossas práticas perversas e pervertidas, de nossas cobiças e etc.
Romanos 7:15 – 25.

21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.

22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;

23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.

O pecado é nosso maior inimigo, pois age de dentro para fora, e este foi o principal motivo porque Jesus veio:

Mateus 1:21

Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Hebreus 9:26

Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.

Outro inimigo interno é a morte que é conseqüência direta do pecado. A Bíblia chama a morte de nosso último inimigo:

1 Coríntios 15:26

O último inimigo a ser destruído é a morte.

Mas Jesus também já cuidou deste inimigo e um dia nós também seremos revestidos de imortalidade

1 Coríntios 15:53 – 57
53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.

54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.

55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?

56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.

57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.

O inimigo externo: O diabo ou satanás é chamado, literalmente, de nosso ἀντίδικος antídikos – o adversário ou inimigo por excelência. Talvez o maior embuste satânico seja nos fazer acreditar que nossos inimigos sejam outros seres humanos e não ele e suas hostes

Gênesis 3:15

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.


Efésios 6:12.

Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

Estes são os verdadeiros inimigos dos quais o Messias veio salvar seu povo. Estes são aqueles que verdadeiramente nos odeiam: o pecado, a morte e o diabo e suas hostes.

v. Para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança- Verso 72.

Este versículo mantém estreita relação com a promessa feita no passado de que Deus faz ou usa de misericórdia até mil gerações para com aqueles que guardam os Seus mandamentos

Êxodo 20:6.
E faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

A aliança referida certamente diz respeito a todas as alianças feitas entre Deus e aqueles a quem ele escolheu – Noé, Abraão, Isaque, Jacó, o Povo de Israel e os crentes do Novo Testamento – mas acima de tudo, faz referência à aliança eterna, feita entre as pessoas da Trindade. O autor da Epístola aos Hebreus capturou de maneira perfeita esta idéia ao se referir à obra planejada pelo Pai desde a eternidade passada, realizada por Jesus Cristo neste nosso mundo e aplicada pelo Espírito Santo no coração daqueles que creem da seguinte maneira: note especialmente a repetição da expressão αἰωνίου aioníou – eterna:

  • Hebreus 5:9 - E, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. 

  • Hebreus 9:12 - Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. 

  • Hebreus 9:15 - Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. 

  • Hebreus 13:20 - Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém! 

Assim temos que em Jesus, o Messias, Deus cumpre sua promessa de ser um Deus misericordioso bem como sua promessa com relação à Sua aliança:

Jeremias 32:40

Assim diz o SENHOR: Se puderdes invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança com a noite, de tal modo que não haja nem dia nem noite a seu tempo.

vi. E do juramento que fez a Abraão, o nosso pai - Verso 73.


Este verso faz referência a uma das passagens mais dramáticas, senão a mais dramática, de todo o Antigo Testamento. Aqui estamos nos referindo ao momento quando Deus pediu que Abraão oferecesse sue filho, seu único filho, Isaque, em sacrifício. A história completa está registrada em Gênesis 22 e a mesma constitui uma narrativa ímpar na história da humanidade. No final daquele momento de provação da sua fé, amor e obediência a Deus, Abraão ouviu do próprio Senhor as seguintes palavras: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz — Gênesis 22:16—17.

Para Zacarias não havia a menor dúvida de que o juramento feito a Abraão encontrava, no Messias, pleno cumprimento. O apóstolo João nos diz que através do Messias, Deus não somente cumpriu sua promessa a Abraão, como também tivemos pleno acesso tanto à verdade, na própria pessoa do Messias

João 14:6

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

bem como à graça de Deus

João 1:17

Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

Romanos 5:20—21.

20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,

21 a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor.

O leitor poderá ainda ver o comentário feito pelo autor da Epístola aos Hebreus concernente a este juramento de Deus feito a Abraão e que relaciona aquele evento à obra realizada pelo Messias Jesus de maneira bastante direta e com profundas implicações para nossas vidas, como podemos constatar em

Hebreus 6:13—20
13 Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo,

14 dizendo: Certamente, te abençoarei e te multiplicarei.

15 E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa.

16 Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda.

17 Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,

18 para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;

19 a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu,

20 onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.



OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo

002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001

003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.

004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —

005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.

006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.

007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.

008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.

009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.

010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.

011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.

012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.

013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.

014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.

015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12

016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13

017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A

017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B

017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C

017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D

018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A

018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B

019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A

019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B

020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos. 


[1] É fácil entendermos porque os judeus recusaram a aceitar a Jesus como o Messias de Israel. Jesus não veio destruir os inimigos do povo como os judeus imaginavam. Veio para, entre outras coisas, derrubar a parede de separação que existia e fazia distinção entre judeus e não judeus – ver Efésios 2:1 — 3:13 — especialmente Efésios 3:6 que diz:a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.esmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.

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