segunda-feira, 20 de julho de 2015

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO 004


Concepção artística



Esse é um estudo especial que irá abordar temas de grande interesse, tais como: 1. Deus 2. Os seres humanos e o mundo criado 3. Jesus e Sua missão como o CRISTO. 4. O Espírito Santo. 5. A vida cristã. 6. A Igreja. 7. O futuro e etc. Esperamos que a mesma possa ajudar todos os nossos leitores a conhecerem melhor o que o Novo Testamento ensina acerca de tudo o que nos é importante.

INTRODUÇÃO GERAL

CONTINUAÇÃO:

O movimento histórico descobriu um brilhante defensor na pessoa de Heinrich Julius Holtzmann — que viveu de 1837 a 1910. Seus escritos podem ser considerados como a expressão clássica da teologia liberal relativa ao Novo Testamento. Sua obra[1] fundamental foi publicada em 1897. Esse mesmo material recebeu diversas edições e agora está em domínio público. As duas edições mais recentes são uma de 2012 e outra de 2014. Holtzmann rejeita de maneira absoluta qualquer abordagem da teologia do Novo Testamento da perspectiva dogmática e também rejeita qualquer ideia ou até mesmo a possibilidade da existência duma revelação. Apesar de toda essa resistência, ele ainda assim lançou mão de tópicos teológicos para classificar seu próprio material. A posição assumida por Holtzmann é interessante para o estudante de da Bíblia, porque ele decidiu basear sua abordagem da literatura bíblica numa análise hitórica-crítica onde ele não mantinha nenhuma convicção referente à autenticidade dos textos. Nesse mesmo período, outros estudiosos desenvolveram suas teologias em bases mais conservativas. Entre esses nos podemos citar:

1. Johann Christian Konrad von Hofmann — viveu entre 1810 e 1877.

2.  Friedrich August Gottreu Tholuck — viveu entre 1799 e 1877.

3. Bernhard Weiss — viveu entre 1827 a 1918.

4. Theodor Von Zahn — viveu entre 1838 a 1933

5. Paul Feine — viveu entre 1859 a 1933.   

Todos esse cinco alistados acima tinham a inclinação para uma abordagem mais histórica do que os dogmatistas adotavam, mas ainda mantinham que o próprio texto das Escrituras era o veiculo por meio do qual a revelação chegou até nós. A obra mais importante desse período, da perspectiva conservadora foi a teologia escrita por A. Schlatter[2], o qual apesar de reconhecer a necessidade de adotar certa orientação histórica, ainda assim  mantinha seu interesse dogmático. Suas opiniões serão consideradas um pouco mais adiante. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos da América, uma teologia no Novo Testamento foi escrita por G. B. Stevens[3], no final do século XIX. Essa teologia procurou se distanciar da dogmática e se concentrou numa narrativa descritiva do vários tipos de literatura existentes.

Em 1897 o surgimento do artigo intitulado The Task and Method of The New Testament Theology — A tarefa e método da Teologia do Novo Testamento — da autoria de W. Wrede causou grande euforia entre os estudiosos em 1897. Esse artigo se esforçava para fazer prevalecer o método histórico sobre o dogmático. Seu argumento básico era que O Novo Testamento não estava interessado em religião e sim apenas em teologia. Falaremos disso mais adiante. Sem dúvida o artigo de Wrede era uma reação extrema contra as considerações dogmáticas em sua abordagem ao pensamento do Novo Testamento. A conclusão de suas ideias era que a Teologia do Novo Testamento encontrava sua solução na história da religião cristã primitiva. A influência de Wrede nos estudos posteriores relacionados à teologia do Novo Testamento é inegável.

Wrede era o representante de um movimento denominado Religiongeschichte — História da Religião — o qual, como o próprio nome já diz, estava baseado numa abordagem histórica dos textos. O interesse em estabelecer uma narrativa da religião cristã, criava por sua vez, a necessidade imediata um estudo comparativo com outras religiões para demonstrar de que formas a primeira teria sido influenciada pelas outras. Dessa forma, o Novo Testamento deixou de ser visto como um documento autoritativo, no sentido de ser a fonte para a teologia. Pelo contrário, o mesmo tornou-se apenas parte do quadro total da religião que existia no primeiro século d.C. De acordo com o estudioso R. Morgan[4] em sua obra The nature of New Testament theology. The contribution of William Wrede and Adolf Schlatter, a tarefa necessária da teologia do Novo Testamento continua incompleta, enquanto a mesma viver de guinadas ora para cima e ora para baixo, pequisando a imensa frente de estatísticas e história de todas as religiões. Isso numa tentativa de se estabelecer o ponto da antiguidade que antecipou e as analogias que correspondem ao que encontramos no Novo Testamento. Ou seja, com a retirada de seu caráter autoritativo, o Novo Testamento transformou-se num livro imprestável, servindo apenas como ponto comparativo com outras religiões. Essa forma de tratar o Novo Testamento foi, sem dúvida, o elemento mais forte numa ênfase sobre apocalíptica judaica que dura até os dias de hoje. Nenhuma dessas propostas conduziu a um verdadeiro quadro da teologia do Novo Testamento. De igual modo, nenhuma das duas cumpriu a exigência do artigo de Wrede de uma abordagem histórica, pois as duas apresentaram apenas reconstruções que eram óbvias demais para serem aceitas.

Nesse contexto entra em cena o Dr. Albert Schweitzer — medido, musico, teólogo e ganhador do prêmio Nobel da Paz, que vivei entre 1875 a 1965 — que reagiu com todas as suas forças ao movimento a favor do Jesus histórico, dissociado do Cristo da Fé. Sua oposição devia-se ao fato de tal movimento estar completamente baseado em um numa abordagem não escatológica da pessoa de Jesus. Outra tendência ainda desses movimentos era a de contrastar o alegado background helenístico do apóstolo Paulo com o alegado background do judaísmo apocalíptico atribuído a Jesus. Nenhum tipo unificado de teologia do Novo Testamento era possível diante de tais circunstâncias. Assim, todas as teologias do Novo Testamento daqueles dias estavam destinadas a darem uma ênfase exagerada ou na pessoa de Jesus ou nas de Paulo e João. Foi aí que surgiu o entendimento cético da crítica da forma do Novo Testamento contra o Jesus histórico, especialmente na pessoa de Rudolf Karl Bultmann que viveu entre 1884 a 1976 e que, apesar de ser alemão, considerava a si mesmo como a maior autoridade na paleografia grega, algo difícil de engolir. Bultmann não aceitava, praticamente nada registrado nos Evangelhos, como se fossem palavras originais de Jesus. Com isso a teologia do Novo Testamento da sua época se concentrou, grandemente, nas epístolas paulinas e no quarto Evangelho — o atribuído a João. Tanto os escritos de Paulo quanto o quarto Evangelho eram considerados como sendo, marcadamente, como parte da literatura helenística. A teologia do Novo Testamento de Bultmann[5] é um exemplo clássico dessa abordagem.   

Mas o que as Escrituras dizem acerca delas mesmas, independentemente do que os homens pensam dela?

Números 11:23

Porém o SENHOR respondeu a Moisés: Ter-se-ia encurtado a mão do SENHOR? Agora mesmo, verás se se cumprirá ou não a minha palavra!

Salmos 119:89

Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu.     

Salmos 119:105

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.

Salmos 119:140

Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima.

Jeremias 1:12

Disse-me o SENHOR: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.

Jeremias 23:29

Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?

2 Timóteo 3:16 na NTLH

Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver.

2 Pedro 1:21

Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.

CONTINUA...


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Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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[1] Holtzmann, H. J.  Lehbuch der neutestamentichen Theologie 2 Vols. Nabu Press/Amazon, Reprinted, 2012.
[2] Schlatter, A. Der Glauber im Neuen Testament. Wissenschafliche Buchgesellschaft, Darmstadt, 1963.
[3] Stevens, G. B. A Theology of the New Testament. Edimburgh, T and T Clark, 1899
[4] Morgan, R. The nature of New Testament theology. The contribution of William Wrede and Adolf Schlatter. A. R. Allenson, Editora Virtual, 1973.
[5] Bultmann, Rudolf Karl. Teologia do Novo Testamento. Editora Academia Cristã, Santo André, 2008. 

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