quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PARÁBOLAS DE JESUS - LUCAS 15 — UMA EXEGESE ACERCA DA CONDIÇÃO DE PERDIÇÃO DA RAÇA HUMANA — O AMBIENTE E O ARRANJO DE LUCAS 15 — PARTE 002 — SERMÃO 036




Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

CONTINUAÇÃO...

Porém a parte mais importante ainda do assunto tratado por Jesus em Lucas 15 envolvendo todas as suas relações internas — de uma história com a outra — a questão mais fundamental que permanece é: a associação permanente de Jesus com publicanos — coletores de taxas — e pecadores em geral. Isso era, para os judeus daqueles dias, especialmente para a elite em Jerusalém, algo completamente inaceitável.  Vamos notar algumas passagens que nos ajudam a entender essa realidade —

Mateus 9:9—13

9 Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

10 E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos.

11 Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?

12 Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.

13 Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.

Marcos 2:13—17

13 De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava.

14 Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.

15 Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam.

16 Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?

17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores. 


Lucas 5:27—32

27 Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me!

28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu.

29 Então, lhe ofereceu Levi um grande banquete em sua casa; e numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa.

30 Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?

31 Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.

32 Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.

Mateus 11:9

Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.

Lucas 7:34
Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! 

Mateus 21:31—32

31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.

32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo

Lucas 7:29

Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João.

Lucas 15:1—2

1 Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir.

2 E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.

Lucas 18:9—14

9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:

10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.

11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;

12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.

Lucas 19:1—10

1 Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade.

2 Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico,

3 procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura.

4 Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar.

5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.

6 Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria.

7 Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador.

8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.

9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.

10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.

Pelos versos acima fica evidente que Jesus considerava sua missão principal como sendo buscar e salvar os perdidos. Todos os perdidos. Assim, paralelo com a murmuração dos escribas e dos fariseus que temos em Lucas 15:1—2 é a murmuração do filho mais velho na Parábola dos Dois Filhos Perdidos e a murmuração e o ciúmes manifestados pelos trabalhadores na vinha na Parábola que descreve os mesmos — apesar que nesse último caso é minha convicção pessoal que Jesus não estava se referindo tanto aos escribas e fariseus e sim contra as murmurações que ele percebia existir entre os discípulos —

Mateus 20:11—12

11 Mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa,

12 dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia.

De modo semelhante, existe um claro paralelo com a murmuração do fariseu Simão acerca da mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus — Lucas 7:36—50 —, o desdém do fariseu, na Parábola do Fariseu e do Publicano — Lucas 18:11 —, a murmuração que acontece quando Jesus faz sua refeição com Zaqueu — Lucas 19:7 —, e de modo muito especial a murmuração feita pelos fariseus e os escribas quando Jesus participou duma refeição na casa do publicano Mateus junto com outros publicanos e pecadores de todos os tipos — Lucas 5:27—32. A similaridade dessa última passagem referida com Lucas 15:1—2 marca a importância desse tema para o evangelista Lucas.

Acerca de conexões dentro do próprio capítulo 15 de Lucas a mais evidente é a murmuração dos fariseus em Lucas 15:1—2 e a do filho mais velho na Parábola dos Dois Filhos Perdidos — versos 29—30. A reivindicação do filho mais velho de nunca ter transgredido contra o Pai — verso 29 — faz um paralelo perfeito com o justo que não precisa de arrependimento conforme o verso 7. A alegria celebrada nos versos 5—7 e 9—10 é paralela com a alegria vista no retorno do filho pródigo — Lucas 15:22—27, 32. A celebração e a alegria são dois grandes temas de Lucas 15.

As duas primeiras parábolas de Lucas 15 nos falam de algo que foi perdido e depois achado, algo que mais tarde é tomado como um verdadeiro refrão — estava perdido e foi achado — nos versos 24 e 32 na Parábola dos dois filhos perdidos. Se existe alguma dúvida, é pequena, quanto ao fato das três parábolas aqui em Lucas 15 transmitirem uma mesma mensagem. Mas existem diferenças! Nenhuma falta é atribuída nem à ovelha ou a moeda, apesar do foco das duas primeiras parábolas estar no ato do arrependimento. Já o pródigo admite, por duas vezes, que pecou — Lucas 15:18, 21. Tanto o pastor quanto a mulher buscam por algo que se perdeu, mas esse não é o caso do Pai. Desse único fato, alguns deduzem que as duas primeiras parábolas enfatizam a iniciativa divina, enquanto a última nos fala da responsabilidade humana, mas tal distinção não é suficiente para fixar esse ponto. Apesar do Pai não ir atrás do pródigo o texto nos mostra, claramente que ele vai ao encontro dos dois filhos perdidos! Encontramos, virtualmente, frases idênticas na parábola da Ovelha Perdida e na Parábola da Moeda Perdida. Homem e mulher por sua vez chamam seus amigos e amigas para se alegrarem juntos pelo achados, mas, ainda assim, temos diferenças nelas também. O pastor abandonando as noventa e nove ovelhas não encontra paralelo no caso da moeda perdida. Nessa última parábola nós podemos notar que um esforço muito maior foi feito pela mulher para encontrar a moeda perdida do que pelo pastor para encontrar a ovelha perdida. As duas descrições de alegria pelos achados também são diferentes. Também na Parábola da Moeda Perdida não temos nenhuma referência a necessidade que alguém tem de se arrepender.

Em resumo dessa parte introdutória nós podemos afirmar que os elementos dominantes nas Boas Novas proclamadas por Jesus têm a ver com: celebração, compaixão, a restauração de Israel e o Reino de Deus tanto no presente quanto no futuro. As parábolas que temos em Lucas 15 são a maior evidência do Evangelho de Cristo centrado em celebração e compaixão. Os outros dois temas mencionados acima estão apenas implícitos. Como resultado final, esse capítulo é a mais vibrante descrição do fato que existe um Deus que está buscando pecadores, algo que se revela na conversão dos mesmos.

No próximo artigo falaremos da Parábola da Ovelha Perdida.




OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O Sal

002 – Os Dois Fundamentos

003 – O Semeador

004 – O Joio e o Trigo =

005 – O Credor Incompassivo

006 — O Grão de Mostarda e o Fermento

007 — Os Meninos Brincando na Praça

008 — A Semente Germinando Secretamente

009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor

011 — A Eterna Fornalha de Fogo

012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

013 — A Parábola dos Dois Irmãos

014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1

014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2

015 — A Parábola das Bodas —

016 — A Parábola da Figueira

017 — A Parábola do Servo Vigilante

018 — A Parábola do Ladrão

019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente

020 — A Parábola das Dez Virgens

021 — A Parábola dos Talentos

022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos

023 — A Parábola dos Dois Devedores

024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa

025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai

026 — A Parábola da Mão no Arado

027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1

027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote

027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria

027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final

027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei

028 — A Parábola do Rico Tolo —

029 — A Parábola do Amigo Importuno —

030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé

031 — A Parábola da Figueira Estéril

032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares

033 — A Parábola do Grande Banquete

034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro

035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001

036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002

037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001

037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002

037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003

037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento

037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida

037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/11/parabolas-de-jesus-mateus-181214-e.html

037H — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 008 — Conclusão.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/05/parabolas-de-jesus-sermao-037h-parabola.html

037 — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Completa
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/06/parabolas-de-jesus-sermao-037-parabola.html



038A — PARÁBOLAS DE JESUS — A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA — LUCAS 15:8—10 —— PARTE 001
Que Deus Abençoe a todos. 
Alexandros Meimaridis 

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