sexta-feira, 21 de abril de 2017

ATOS DOS APÓSTOLOS - SERMÃO 027 – A DEFESA DE ESTÊVÃO — PARTE 001 - O DEUS DA GLÓRIA


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Esse material é parte de uma série de mensagens pregadas no Livro dos Atos dos Apóstolos. As mensagens cobrem todos os 28 capítulos do Livro de Atos e no final de cada mensagem, você poderá encontrar links para outras mensagens.


Texto: Atos 7:1—8
Introdução

A. Estêvão foi um dos primeiros convertidos à fé cristã, bem no início da história da Igreja, logo depois do derramamento do Espírito Santo em Atos 2.

B. Ele é caracterizado nas páginas do livro de Atos como um homem: ver Atos 6:3 e 8.

1. De boa reputação.

2. Cheio do Espírito Santo.

3. Cheio de Sabedoria.

4. Cheio de graça, i. e., de uma personalidade graciosa parecida com a do próprio Senhor Jesus.

5. Cheio de poder que era capaz de fazer prodígios e sinais entre o povo.

C. Além do mais o Novo Testamento nos diz que, em uma situação específica — quando Estêvão compareceu diante do Sinédrio — seu rosto parecia com o rosto de um anjo — ver Atos 6.15.

D. Todas essas afirmações servem para nos ajudar a compreender a importância de Estêvão no início da história da Igreja Cristã, especialmente, no que diz respeito à teologia que encontramos apresentada no NT.    

E. A defesa de Estêvão, apresentada como o mais longo discurso de todo o Novo Testamento em Atos 7:2—60, lança

AS BASES SOBRE AS QUAIS ESTÁ FUNDAMENTADA A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO – PARTE 1

I. As Acusações Contra Estêvão

A. Como não podiam argumentar com Estêvão — ver Atos 6:10, o recurso mais comum nesses casos, foi utilizado: a violência física.

B. Estêvão foi arrebatado de modo violento e levado para comparecer diante do Sinédrio de forma violenta e abusiva – ver Atos 6:12.

C. Ali, Estêvão foi acusado — por falsas testemunhas, diga-se de passagem — ver Atos 6:13 e comparar com Êxodo 20:16 que diz: “Não darás falso testemunho contra teu próximo” – de:

Falar contra o templo ou lugar santo e contra a lei — de Moisés — ver Atos 6:13. Ver mais detalhes na mensagem anterior por meio do link abaixo:

D. De modo mais específico, Estêvão foi acusado de afirmar que:

1. Jesus, o Nazareno destruirá este lugar, i. e., o templo em Jerusalém.

2. Jesus mudará os costumes que Moisés havia dado aos judeus — ver Atos 6.14.

E. Essas acusações eram da maior gravidade, mesmo sendo falsas, porque sujeitavam Estêvão à pena de morte. Tanto os acusadores quanto a corte estavam cientes disso.

F. Isso tudo vem apenas confirmar que o “sábio” conselho de Gamaliel não passava de um engodo como tivemos oportunidade de notar no sermão de # 22 que tratou de Atos 5:17—42. Ver link na lista abaixo.

II. A Importância da Defesa de Estêvão

A. A defesa apresentada por Estêvão, não trata apenas de uma tentativa de salvar sua própria vida. Ela é muito mais do que isso e vai muito além nas implicações que levanta.

B. Sua mensagem, além de apresentar uma defesa coerente contra as acusações recebidas, serve também:

1. Para fixar verdades bíblicas bem estabelecidas que as autoridades daqueles dias faziam questão de ignorar.

2. Demonstrar que Estêvão é, de fato, o primeiro cristão a entender a plenitude da extensão dos benefícios da vinda de Cristo a todas as áreas da vida.

3. Deixar claro que, após o advento de Jesus existe apenas um caminho de volta para Deus e que não pode haver nenhum tipo de concessão nesta questão, sob a pena do indivíduo sofrer o dano eterno de sua alma. Não tem lei nenhuma, nem templo nenhum que sejam capazes de reconciliar o homem com Deus. Há só um mediador entre Deus e os homens — ver 1 Timóteo 1:5.

4. Lançar as bases sobre as quais outros autores do Novo Testamento irão edificar a teologia cristã, especialmente, o fariseu Saulo de Tarso, depois convertido no cristão Paulo de Tarso.

C. A defesa de Estêvão, tendo em vista as acusações — falar contra o templo ou santo lugar e a Lei de Moisés — está baseada nesses dois aspectos. Sua intenção é demonstrar:

1. Que o povo de Israel, desde o princípio e até aqueles dias, nunca tinha levado à sério a Lei de Deus — ver Atos 7:38—43.

2. Que o Templo, uma mera concessão divina à fraqueza humana, havia se tornado um verdadeiro ídolo abominável ao Senhor — ver Atos 7.48—50.

3. Note as expressões “as obras das suas mãos” — verso 41 e “casas feitas por mãos humanas” — verso 48, que confirmam o paralelismo das idéias e expõe o erro dos acusadores.

4. Por fim, Estêvão demonstra que os verdadeiros transgressores da Lei e traidores da aliança estabelecida entre Deus e Abrão não era ele, nem Jesus e os cristão e sim os israelitas daqueles dias, como também haviam sido seus ascendentes – ver Atos 7:51—53.

D. Estêvão inicia então, sua defesa.

III. Abrão, Abraão e o Deus da Glória — Atos 7:2—8

A. Verso 2—4

1. Deus se manifestou a Abrão em Ur dos caldeus, ainda quando ele e seus familiares eram idólatras — ver Josué 24:2.

2. Naqueles dias, Deus se revelou como o Deus da glória, que é uma expressão utilizada para representar a automanifestação de Deus e é um dos títulos mais antigos do Senhor — ver Salmos 29.3. Este título enfatiza a transcendência de Deus — ver Atos 7.55 — e, de forma direta, impossibilita a presença de Deus no templo em Jerusalém, o que faz a acusação de Atos 6:11 cair por terra. 

3. Abraão é chamado de “nosso pai” por Estêvão nesse verso e por extensão em 7:11—12, 15, 38—39, 44—45 com o objetivo de estabelecer a si mesmo como participante de uma mesma herança, mas isso não queria dizer que todo descendente de Abraão receberá a salvação das mãos do Deus da glória.

4. O Deus da glória ordena Abrão a sair da sua terra, a abandonar sua parentela e seguir para uma terra que lhe seria mostrada — verso 3.

5. Abrão veio habitar em Harã. De lá, o Senhor da glória lhe mostrou o caminho para Canaã — verso 4.

B. Versos 5—7

1. Uma vez em Canaã, Deus não deu a Abrão sequer o espaço de um pé como herança, mas lhe prometeu dar toda aquela terra a ele e seus descendentes, apesar de Abrão não ter nenhum filho, já que sua mulher — Sara — era estéril! — verso 5.

2. Apesar de não ter descendente, Deus prometeu que a descendência de Abrão seria peregrina, seria maltratada e reduzida à escravidão por quatrocentos anos — verso 6.

3. Depois de tudo isso, o próprio Deus da glória os libertaria e os levaria de volta para a Terra de Canaã — verso 7.

C. Verso 8

1. Como um símbolo ou sinal da aliança que existia entre o Deus da glória e Abraão e seus descendentes o Senhor instituiu a circuncisão — ver Gênesis 17:9—14 — dos meninos israelitas aos oitavo dia do nascimento. A circuncisão consiste em “cortar ao redor” a pele que reveste a glande ou “cabeça” do órgão sexual masculino.

2. A circuncisão era apenas um sinal e apontava para realidades maiores e mais profundas — ver Deuteronômio 10.16 e Jeremias 4:4. Os judeus haviam transformado a circuncisão em um fim em si mesmo, como muitas igrejas cristãs têm transformado o batismo em uma obra do tipo “opera operato”. Ou seja, algo que é capaz de produzir o resultado esperado por si mesmo.

Conclusão

A. O que é que esse texto nos ensina de modo adjacente às verdades que são bastante evidentes?

1. Em primeiro lugar que o Deus da glória se manifesta onde quer e a quem ele quer. Ele não precisa e nem pode ser confinado a um templo mesmo que esse seja feito de ouro puro ou até mesmo uma gigantesca basílica.

2. Em segundo lugar o texto nos ensina que o Deus da glória é móvel e é capaz de acompanhar seu povo por onde ele estiver peregrinando. Note alguns verbos usados em Atos 7:1—8 que são usados para descrever ações feitas por Deus: apareceu, disse, mostrarei, trouxe, não deu, prometeu dar-lhe, falou, julgarei, me servirão, lhe deu a aliança. Nesses oito versos Deus percorre toda a extensão do crescente fértil — da Mesopotâmia ao Egito — e volta para a terra de Canaã junto com os israelitas, como prometera.

C. Ao utilizar a expressão “Abraão, nosso pai” a intenção de Estêvão é deixar bem claro que descendência física de Abraão não é garantia de salvação para nenhum israelita.

D. A circuncisão foi dada para os israelitas como um sinal e não como um fim em si mesmo.

1. Os judeus se orgulham até hoje da circuncisão, mas ela não tem nenhum valor para a salvação.

2. Os judeus também se orgulham da descendência física de Abraão, mas essa também não tem nenhum valor para a salvação.

D. Temos que entender, de uma vez por todas que:

1. Assim como a circuncisão física não tinha e não tem a capacidade de transformar o coração de nenhum israelita...

2. Assim também o batismo cristão não tem a capacidade de transformar ou salvar a vida de nenhum cristão. Por esse motivo, o modo — aspersão, efusão ou imersão — o local — piso de um salão, tanque, rio ou mar — e a idade do batizando — infante, jovem, adulto ou terceira idade — são irrelevantes e não devem fazer parte da discussão séria que envolve a santidade com que a vida cristã deve ser vivida.

E. Que as verdades que começamos a aprender hoje possam causar profunda impressão em nossas vidas e nos ajudar a mudar nossa mentalidade acerca do Deus da glória.

OUTRAS MENSAGENS DO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — PARTE 2 — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 003 — A TRANSIÇÃO DO VOLUME ANTERIOR — Atos 1:1—5

SERMÃO 004 — A NOVA DIREÇÃO EXPLICADA — Atos 1:6—8

SERMÃO 005 — A ASCENSÃO DE JESUS — Atos 1:9—11

SERMÃO 006 — PERSEVERANDO UNÂNIMES — Atos 1:12—26

SERMÃO 007 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 001 — Atos 2:1—4

SERMÃO 008 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 002 — Atos 2:5—15

SERMÃO 009 — A PROFECIA DE JOEL — Atos 2:14—21

SERMÃO 010 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 001 — Atos 2:22—36

SERMÃO 011 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 002 — Atos 2:37—41

SERMÃO 012 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47

SERMÃO 013 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47 — PARTE 002

SERMÃO 014 — A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA — Atos 3:1—10

SERMÃO 015 — A EXALTAÇÃO DE JESUS E A CONDENAÇÃO DOS HOMENS — Atos 3:11—21

SERMÃO 016 — SALVAÇÃO E REFRIGÉRIO: BÊNÇÃOS DAS DUAS VINDAS DE JESUS— Atos 3:17—21

SERMÃO 017 — JESUS CUMPRE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO — Atos 3:22—26

SERMÃO 018 — INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES — Atos 4:1—22

SERMÃO 019 — A IGREJA ORA EM COMUNHÃO — Atos 4:23—31

SERMÃO 020 — A IGREJA VIVE EM COMUNHÃO — Atos 4:32—37

SERMÃO 021 — ANANIAS E SAFIRA — Atos 5:1—11

SERMÃO 022 — A COMUNIDADE DOS CRENTES — Atos 5:12—16

SERMÃO 023 — PRISÃO, JULGAMENTO, AÇOITES = ALEGRIA E O PARECER DE GAMALIEL — Atos 5:17—42

SERMÃO 024 — DIVERSIDADE DE DONS = CRESCIMENTO DA IGREJA — Atos 6:1—7

SERMÃO 025 — UM HOMEM CHAMADO ESTÊVÃO — Atos 6:8—12

SERMÃO 026 — ACUSAÇÕES CONTRA UM HOMEM HONESTO — Atos 6:13—15

SERMÃO 027 — A DEFESA DE ESTÊVÃO E O DEUS DA GLÓRIA — Atos 7:1—8

SERMÃO 028 — A DEFESA DE ESTÊVÃO E A MOBILIDADE DE DEUS — Atos 7:9—16
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/04/atos-dos-apostolos-sermao-028-defesa-de.html

SERMÃO 029 – A DEFESA DE ESTEVÃO – Parte 3 — Atos 7:17—43
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/04/atos-dos-apostolos-sermao-029-defesa-de.html

SERMÃO 030 — A DEFESA DE ESTEVÃO — Três Acusações Devastadoras — Parte 4 — Atos 7:44—53

Que Deus abençoe e nos ajude a todos.

Alexandros Meimaridis

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