quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ESTUDO DA VIDA DE JESUS – PARTE 1 – ESTUDO 007


        O Anúncio do Nascimento de João Batista


Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.

Lição 007 – A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — 4.

5. Os Saduceus - Continuação.

Os saduceus não aceitavam, como os fariseus, que a lei ou a tradição oral fosse parte da revelação divina ao povo de Israel. Eles criam que somente a lei escrita, outorgada por Moisés, era obrigatória para a nação israelita. Os Saduceus tinham posições teológicas bem distintas e negavam, entre outras coisas, a crença na: 1) ressurreição do corpo; 2) imortalidade da alma; 3) existência de espíritos e anjos; e 4) predestinação divina, pois afirmavam o livre arbítrio.

Os saduceus eram, de todos os grupos religiosos em Israel nos dias de Cristo, o grupo mais conservador. Eles se aferravam às tradições hebraicas mais antigas e abominavam toda e qualquer novidade fosse na crença ou no ritual. Como a vida depois da morte e a ressurreição eram consideradas novidades, eram sumariamente descartadas. Para eles, tanto os castigos quanto as recompensas, eram recebidos ainda nesta vida. Esta sua crença respondia pelo senso prático com que tratavam a realidade. Se os romanos eram todo-poderosos e governavam o país, então era bobagem se opor aos mesmos. O certo era se unir aos romanos e desfrutar de alguns privilégios que eram concedidos aos que colaboravam com a dominação.

Entre os saduceus encontravam-se também alguns escribas e rabinos. Estes eram os que possuíam verdadeiro conhecimento. Eram os teólogos, advogados e professores simultaneamente. Mas não eram sacerdotes. Por todos os motivos apresentados, os saduceus formavam a classe dominante ou superior naqueles dias. Este grupo não sobreviveu à destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.

6. Os Herodianos.

Os Ἡρῳδιανοι - herodianoi - herodianos eram, como o nome já diz, partidários de Herodes, O Grande ou da dinastia herodiana.  Eles representavam um pequeno grupo de pessoas, que acreditavam que o futuro de Israel estava irremediavelmente atado, à sorte da própria família de Herodes. Isto era devido ao fato que eles acreditavam que o messias de Israel surgiria dentre os descendentes de Herodes, O Grande. Eles tinham muitas afinidades com todos os grupos mencionados anteriormente, mas especialmente no que diz respeito a desejar um governador local, em comparação com o governador romano imposto desde o ano 16 d.C. pelo imperador Trajano — o mesmo sob o qual Jesus foi crucificado — e, que era desprezado universalmente pelos judeus. De todos os grupos que já discutimos neste trabalho, talvez este seja o menos religioso e o mais político de todos.

Os herodianos aparecem pela primeira vez no Evangelho de Marcos, na região da Galiléia, ao norte de Israel, onde, juntamente com os fariseus conspiram para destruir a Jesus – ver Marcos 3:6. A aliança entre os herodianos e os fariseus visava a manutenção do status quo i.e. conservar o controle da política judaica nas mãos dos próprios judeus. Durante a última semana da vida do Senhor, os herodianos conspiraram novamente com os fariseus na tentativa de pegarem Jesus em algum pronunciamento impróprio com uma pergunta referente à obrigatoriedade dos judeus pagarem tributos a César – ver Marcos 12:13 e Mateus 22:17.

Os herodianos queriam ver Jesus fora do caminho porque desejavam ver um descendente de Herodes, O Grande, governando a Judéia. Isto lhes seria extremamente benéfico, ao passo que se Jesus assumisse o governo, talvez não sobrasse nada para eles.

Herodes Antipas certamente não ignorava o mestre itinerante, Jesus, e talvez desejasse avaliar seu poder “revolucionário”. Sua ida a Jerusalém, para a celebração da Páscoa Judaica, explica sua presença e de seus partidários em Jerusalém naqueles dias – ver Lucas 23:7—11. Não tendo se convencido de que Jesus representava algum tipo de ameaça, Herodes acabou por fazer as pazes com o governador romano, Pilatos, no mesmo dia em que o Senhor Jesus era crucificado – ver Lucas 23:12.

D. João Batista, um Verdadeiro Profeta de Deus.

1. A Preparação para o Aparecimento de João Batista

O último profeta a se manifestar em Israel, antes de João Batista, foi Malaquias. Ele foi contemporâneo de Neemias em Jerusalém. Um estudo comparativo entre os livros de Malaquias e Neemias nos mostra que os dois enfrentaram exatamente os mesmos tipos de problemas:



             Problema
    Livro de Neemias
Livro de Malaquias
Sacerdotes Corruptos
Neemias 13:1—9
Malaquias 1:6—2:9
Negligência com os dízimos e ofertas
Neemias 13:10—13
Malaquias 3:7—12
Casamentos mistos com esposas pagãs
Neemias 13:23—28
Malaquias 2:10—16

Neemias veio a Jerusalém no ano 444 a.C. Seu propósito era edificar as muralhas derrubadas da cidade. Mas, ele precisou retornar para a Pérsia em 432 a.C. Alguns anos mais tarde, em 425 a.C., Neemias retornou a Jerusalém. É muito provável que o profeta Malaquias tenha profetizado exatamente durante aquela semana de 7 anos entre 432 a.C. e 425 a.C.

A mensagem de Malaquias foi dirigida a um povo que vivia atormentado por várias “pragas”: sacerdotes corruptos, hipocrisia, infidelidade de todos os tipos, casamentos mistos, divórcio, falsas formas de adoração e muita, muita arrogância. Após o fim do ministério de Malaquias, houve um “silêncio profético” que durou mais de 400 anos. Este silêncio só foi quebrado pelo surgimento de João Batista que veio pregando no deserto da Judéia. Mas o fato de que houve um silêncio profético que durou mais de 400 não quer dizer que nada aconteceu durante aqueles anos todos, em termos religiosos, na terra de Israel. O “silêncio profético” nos ensina que durante aqueles séculos Deus não falou mais diretamente com Seu povo; que não houve revelação acerca da vontade de Deus nem explicação divina do porque o povo de Israel estava sendo oprimido pelos gentios – egípcios, sírios e romanos; que não havia ninguém que condenasse Israel pelos pecados cometidos, nem convocasse o povo para se arrepender.

Durante todos aqueles anos, de absoluto “silêncio profético” as práticas religiosas em Israel seguiram dois caminhos básicos, que eram derivados de uma mesma fonte: a interpretação estrita da Lei de Deus como ensinada pelos escribas.

O primeiro, destes caminhos, era aquele seguido pela maioria das pessoas que se esforçavam em serem tão piedosos quanto possível, baseados nas definições, cada vez mais complicadas, do que significava ser piedoso, de acordo com os escribas.

O segundo caminho, além de seguir as determinações dos escribas, desenvolveu toda uma esperança de salvação completamente envolvida em temas apocalípticos – no sentido de fim do mundo – que ficou gravada para a posteridade no tipo literário conhecido como Literatura Apocalíptica, e que era, caracteristicamente, pseudoepigráfica — obra falsamente atribuída a algum personagem famoso.

A Literatura Apocalíptica foi chamada de pseudoepigráfica porque, apesar de ser produzida depois do ano 400 a.C., seus pretensos autores foram nominados, entre outros, como sendo: Adão e Eva, Enoque, Abraão, os doze patriarcas que dão nome às doze tribos de Israel, Moisés, Salomão, o profeta Isaías, o escriba de Jeremias chamado Baruque e o próprio Esdras. O uso dos nomes de famosas personalidades do passado tinha um único propósito: chamar a atenção para aquilo que estava escrito. O uso dos nomes de figuras importantes do passado garantia a sobrevivência destes documentos, que de outra maneira, provavelmente, teriam passado completamente despercebidos ou se tornariam, como de fato acabaram se tornado, em mera “curiosidade literária”. Todavia, apesar de não terem sido produzidos pelos alegados “autores”, a Literatura Apocalíptica pseudoepigráfica produzida no período entre os Testamentos, nos fornece inúmeras informações acerca de como era a vida religiosa dos judeus naqueles dias.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo

002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001

003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.

004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —

005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.

006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.

007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.

008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.

009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.

010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.

011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.

012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.

013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.

014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.

015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12

016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13

017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A

017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B

017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C

017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D

018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A

018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B

019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A

019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B

020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17

Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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