quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PARÁBOLAS DE JESUS - MATEUS 25:1—13 — A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS — SERMÃO 020


Concepção Artística das Cinco Virgens Prudentes

Esse artigo é parte da série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.

Sermão 020

A Parábola das Dez Virgens

Mateus 25:1—13

1 Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo.

2 Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes.

3 As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo;

4 no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas.

5 E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.

6 Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!

7 Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas.

8 E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando.

9 Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o.

10 E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.

11 Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta!

12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.

13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.

Introdução

1. Existem 39 parábolas contadas por Jesus registradas nos Evangelhos.

2. A Parábola das Dez Virgens nos fala da separação entre os bons e os maus.  Esse tema continua na parábola dos talentos — ver Mateus 25:14—30 — e na descrição do pastor separando dos bodes as ovelhas — ver Mateus 25:31—33.

3. Apenas Mateus registra essa parábola das Dez Virgens. Ela está estrategicamente colocada logo após o sermão que Jesus fez acerca do fim dos tempos. Na última parte do seu sermão, Jesus nos fala da separação entre os maus e os bons.

Mateus 24:40—41

40 Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;

41 duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra.

4. Na parábola das Dez Virgens, cinco entram na casa do noivo e cinco encontram a por fechada e se veem impedidas de entrar.

I. A Parábola.

A. As Bodas.

1. As dez virgens são, na realidade, dez damas de companhia da noiva. De acordo com o costume local daqueles dias as mesmas se preparavam para aguardar a chegada do noivo.

2. O propósito principal de Jesus ao contar essa parábola é nos ensinar a grande necessidade que temos de estar preparados para nosso encontro com o Senhor.

3. Na cultura judaica, as meninas eram entregues em casamento entre 13 e 14 anos de idade. Muitos casamentos já eram arranjados quando do nascimento da filha. Nos dias de hoje os judeus ortodoxos costumam entregar suas filhas em casamento por volta dos 16 anos, geralmente para homens bem mais velhos. São raros os casamentos modernos entre judeus ortodoxos em que o noivo tenha idade aproximada da noiva.

4. Mas nos dias de Cristo, era costume da noiva cercar-se de dez damas de honra , que, normalmente, eram escolhidas entre suas melhores amigas, e que tinham a mesma idade dela.

5. As palavras iniciais da narrativa descrevem a cena da seguinte maneira:

Mateus 25:1

Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo.

6. Essas damas, normalmente, ficavam na casa da noiva fazendo os últimos preparativos para as bodas.

7. Note que a noiva, nessa parábola, não era importante. O foco está centrado nas dez virgens, de modo especial, naquelas que são chamadas de néscias. A espera terminava quando as damas e a noiva seguiam para a casa dos pais do noivo onde as bodas deveriam acontecer.

B. As Dez Virgens e Suas Lâmpadas.

As dez virgens em Trajes Modernos

1. O texto nos diz que cinco das moças eram prudentes, enquanto cinco eram displicentes. Essas últimas levaram suas lâmpadas, mas esqueceram de levar o óleo necessário para mantê-las acesas.

2. Não devemos confundir essas lâmpadas com as pequenas lamparinas usadas dentro da casa. Como era necessário sair, no meio da noite, para ir da casa da noiva para a casa dos pais do noivo, algo mais robusto era necessário. Por esse motivo muitos acreditam que essas lâmpadas era, na realidade, tochas capazes de iluminar bem a noite.

3. No caso de estarmos falando mesmo de tochas, as mesmas eram então, longas varas com pedaços de pano envolvidos numa das pontas e encharcados com óleo. Quando acessas, essas tochas criavam um espetáculo brilhante e radioso digno duma noiva no seu dia especial.

4. Devido ao grande volume de pedaços de panos envolvidos na confecção das tochas, de acordo com os estudiosos, era necessário levar uma vasilha contendo óleo, pois a chama consumia o mesmo rapidamente. Imagina-se que a cada 15 minutos era necessário realimentar os panos com o óleo.

5. Por tudo isso, esperava-se que essas moças tivessem um suprimento adequado de óleo, uma vez que se esperava que as mesmas fizessem uma dança especial em homenagem à noiva e era necessário ter iluminação suficiente para tal evento.

6. As cinco moças displicentes chegaram na casa da noiva, totalmente despreparadas, sem o necessário reservatório de óleo que seria usado mais adiante. Quando chegou a hora do cortejo, foi que elas se deram conta do seu triste descuido.

7. Mas, eis que, de mudo súbito e inesperado, o senhor retorna e ouve que aquele servo foi irresponsável e infiel. Como ele maltratou os outros, como os explorou para benefício próprio e etc.

C. O Atraso do Noivo.

1. O noivo estava atrasado para seu encontro com a noiva. Muito diferente dos costumes do nosso dia. Isso talvez tenha ocorrido por uma discussão mais prolongada acerca de detalhes envolvendo o dote. Em Israel o dote era pago pelo noivo e sua família como uma garantia a favor da noiva em caso dela ficar viúva, ou pior, em caso dela ser repudiada pelo seu esposo.

2. Portanto, tais encontros para discutir o dote, podiam, como de fato, muitas vezes se estendiam por longas horas, entrando pela noite e até mesmo a madrugada do dia do casamento.

3. O noivo jamais poderia ir ao encontro da noiva sem que as famílias estivessem de acordo quanto ao dote e sem que o contrato de casamento estivesse assinado.

4. Enquanto esperavam, as horas se passaram e chegada a noite as damas de honra sentiram-se sonolentas. Todas as dez virgens adormeceram.

5. De repente, soa o grito: Eis o noivo. Saí ao seu encontro.

6. As damas de honra despertaram do seu sono e, rapidamente, se prepararam para encontrar-se com o noivo. Foi aí que as cinco virgens néscias perceberam que não teriam óleo suficiente para todo o cortejo e a dança prevista.

7. As virgens néscias tentaram então conseguir óleo com as virgens prudentes, mas essas perceberam que não havia óleo suficiente para ser repartido. Recomendaram então, que as néscias fossem procurar alguém disposto a vender óleo para as mesmas.

8. Elas então saíram para procuram alguém que pudesse lhes vender o óleo de que tanto precisavam. Nesse meio tempo o cortejo partiu, junto com o noivo, para a casa dos seus pais. Uma vez que o cortejo chegou ao seu destino os portões da propriedade foram fechados e ninguém mais poderia entrar para participar das bodas. Esse costume era tão mais rigoroso quanto mais rica fosse a família do noivo.

9. A cena se encerra com o noivo informando as virgens néscias que ele não as conhecia e, portanto, era impossível aceitá-las em suas bodas. Elas estavam muito, mas muito atrasadas.

Conclusão:

1. A conclusão dessa parábola é natural e se encontra nas próprias palavra de Jesus quando disse:

Mateus 25:13

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.

2. A parábola fala da volta de Jesus. Do fato que a mesma será inesperada. Jesus é o noivo por excelência, pois ele se referiu a si mesmo como tal em:

Marcos 2:19 

Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar.

3. Além disso, não podemos duvidar que no final dessa parábola temos um eco das poderosas palavras de Jesus em:

Mateus 7:21—23

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?

23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.

4. O ensinamento de Jesus é transparente: estarão excluídos do reino de Deus todos aqueles que deixam de fazer a vontade de Deus, o Pai. Quem não fizer a vontade do pai, não poderá chamá-lo por esse nome e estará, automaticamente, alijado da possibilidade de entrar no reino eterno.

5. As virgens prudentes representam todos os crentes verdadeiros que possuem o discernimento espiritual para fazer, sempre, a vontade de Deus.

6. Note que as virgens néscias são representantes típicas da maioria das pessoas desse mundo. Elas não são facínoras. São pessoas normais, que sempre têm boas intenções, apesar de que as boas intenções podem, na realidade, serem muito perversas. Essas são as pessoas que ignoram a oferta de salvação pela graça feita por Deus, para correr atrás de suas próprias ideias seguindo ídolos, buscando direção de pessoas já mortas, respeitando os antepassados etc. Todas essas coisas não são más, mas são terríveis quando comparadas com aquilo que Deus espera de cada um de nós.

7. Não adianta insistir. O único preparo adequado para a salvação está em colocar fé na pessoa de Jesus Cristo que disse:
  
João 14:6

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

8. Sejamos, portanto, prudentes nessa verdadeira questão de vida ou morte.
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O Sal

002 – Os Dois Fundamentos

003 – O Semeador

004 – O Joio e o Trigo =

005 – O Credor Incompassivo

006 — O Grão de Mostarda e o Fermento

007 — Os Meninos Brincando na Praça

008 — A Semente Germinando Secretamente

009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor

011 — A Eterna Fornalha de Fogo

012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha

013 — A Parábola dos Dois Irmãos

014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1

014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2

015 — A Parábola das Bodas —

016 — A Parábola da Figueira

017 — A Parábola do Servo Vigilante

018 — A Parábola do Ladrão

019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente

020 — A Parábola das Dez Virgens

021 — A Parábola dos Talentos

022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos

023 — A Parábola dos Dois Devedores

024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa

025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai

026 — A Parábola da Mão no Arado

027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo

027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1

027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote

027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita

027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano

027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro

027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria

027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final

027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei

028 — A Parábola do Rico Tolo —

029 — A Parábola do Amigo Importuno —

030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé

031 — A Parábola da Figueira Estéril

032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares

033 — A Parábola do Grande Banquete

034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro

035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001

036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002

037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001

037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002

037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003

037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento

037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida

037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.


Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

Um comentário:

  1. Meu irmão, eu já li e ouvi estudos ou sermões sobre essa parábola de nosso Senhor, o Messias Yeshua (Jesus, o Cristo), mas até hoje eu nunca estive contente com as explicações dadas por seus autores sobre o seu significado. Hoje me deparei com seu Blog e resolvi arriscar e ler o seu pensamento sobre a passagem propriamente dita, e não me arrependo de ter feito isso, pois, pela primeira vez, li um texto totalmente coerente com o contexto bíblico e estou certo de ser esse o significado da parábola. Em meio a uma geração com tanta escassez de alimento espiritual só me resta agradecer-te e dar graças ao Eterno por sua vida, por sua disposição em buscar nEle a Verdade e compartilhá-la como alimento para o Seu povo. Bendito seja o Eterno por meio do Santo Servo Yeshua, o Messias.
    Em tempo: Estou bastante animado para ler seus outros sermões sobre as parábolas do Mestre.

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