quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ATOS DOS APÓSTOLOS — SERMÃO 002 - Lucas 1:1—4 — Atos 1:1 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS - PARTE 002



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Esse material é parte de uma série de mensagens pregadas no Livro dos Atos dos Apóstolos. As mensagens cobrem todos os 28 capítulos do Livro de Atos e no final de cada mensagem, você poderá encontrar links para outras mensagens.

ATOS DOS APÓSTOLOS

SERMÃO 002 – INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS 


Texto: Lucas 1:1—4 — Atos 1:1

Introdução.

A. Os dois tratados escritos por Lucas e endereçados a Teófilo são, acima de tudo, tratados históricos que possuem as seguintes características:
1. Foram cuidadosamente pesquisados junto daqueles que presenciaram os fatos acontecidos.

2. Foram, em parte, testemunhados pelo próprio autor.

3. Entre a revolução inglesa de 1688 e a revolução francesa de 1789 a filosofia dominante foi chamada de “Iluminismo”. Ela prometida livrar os seres humanos das garras da escuridão representadas pela superstição, e pela ignorância.
Immanuel Kant

4. Nos séculos XVIII e XIX, começando com Immanuel Kant e passando por Georg Hegel, as implicações filosóficas foram, rapidamente, espalhadas pelas “Artes”, pela “Música”, pela “Cultura Geral”, até atingirem a própria “Teologia”.
Georg Hegel 

4. As implicações filosóficas sobre a Teologia no século XIX podem ser vistas...

5. No movimento chamado de “Liberalismo Teológico”.

a. Esse movimento, seguindo o curso desse mundo daqueles dias, apesar de religioso, não acreditava em nada que fosse sobrenatural.
b. Para eles não existiam nem milagres nem revelação vinda da parte de Deus.

c. Tudo podia ser, perfeitamente explicado, apenas pelo conhecimento humano.
Charles Darwin

d. A Teoria da Evolução de Charles Darwin veio contribuir muito para que todos os aspectos dos estudos humanos fossem revisitados, utilizando-se os mesmos paradigmas que foram usados pelo biólogo inglês. Tudo devia ter uma explicação natural.
Ferdinand Christian Baur

6. O Alemão Ferdinand Christian Baur foi um dos muitos influentes teólogos daqueles anos. Ele lançou na lixeira o livro inteiro dos Atos dos Apóstolos, alegando que o mesmo não se tratava de documento histórico. Mas ele oferecia pouca ou quase nenhuma prova para o que dizia.



Sir William M. Ramsey

7. É, exatamente nessa junção, que surge um inglês, Sir William M. Ramsey. Nascido em Glasgow na Escócia, Ramsey foi professor universitário, tanto em Oxford, na Inglaterra, quanto em Aberdeen, na Escócia. Ele era seguidor apaixonado de F. C. Baur.

8. Aproveitando uma viagem acadêmica pelas ilhas gregas, ele chegou à antiga cidade de Esmirna — citada no livro do Apocalipse em 1:11 e 2:8.




Esmirna Moderna

9. Enquanto estava em Esmirna, Ramsey decidiu usar a oportunidade para, através de pesquisas naquelas regiões, provar que o Novo Testamento, em geral, e o livro de Atos, em particular, estavam repletos de erros históricos.

10. Suas descobertas, todavia, o deixaram desconcertado. Em cada local pesquisado, em vez de encontrar evidências para a falta de historicidade do Novo Testamento, ele se deparava com provas que apontavam para o outro lado.

11. Ramsey escreveu 10 livros narrando suas descobertas. Em seu Livro intitulado “The Bearing of Recent Discovery on the Trustworthiness of the New Testament — O Peso das Descobertas Recentes Quanto à Veracidade do Novo Testamento”, ele nos conta como suas idéias acerca da historicidade do Novo Testamento, foram modificadas pelas evidências descobertas, por ele mesmo, em seus estudos .


Coletânea dos livros de Sir William Ramsey

12. Ramsey se converteu a Jesus Cristo frente à monumental quantidade de evidências a favor da historicidade do Novo Testamento, especialmente do Livro dos Atos dos Apóstolos.

13. Em outro de seus livros, “Saint Paul, the Traveler and Roman Citizen — São Paulo, o Viajante e Cidadão Romano” — ele afirma que seu propósito era:

“Provar que Lucas era um historiador de primeira grandeza; que suas afirmações não eram apenas dignas de confiança, mas que ele — Lucas — possuía genuíno senso histórico. Lucas fixa sua mente na idéia e no plano que controla o desenvolvimento da história, e ajusta a escala da sua narrativa, de modo proporcional, à importância de cada incidente. Ele se apropria dos eventos mais importantes e demonstra a verdadeira natureza dos mesmos de maneira ampla, ao mesmo tempo em que pouco fala ou ignora por completo tudo aquilo que não tem valor para seus propósitos. Em poucas palavras, nós podemos dizer que: Lucas deve ser incluído entre os maiores historiadores de todos os tempos”.  

14. Diante dessa compreensão, é nosso desejo falar acerca de Lucas como...

HISTORIADOR, DIPLOMATA E TEÓLOGO

I. Lucas Como Historiador.
Concepção artística de Lucas

A. Lucas escreveu dois dos livros do Novo Testamento. São volumes extensos e representam 25% de tudo o que está contido nos textos da Nova Aliança.

B. Era costume naqueles dias, fazer o prefácio — porque escrevi esse livro — de múltiplos volumes, no primeiro volume. Sendo o Evangelho de Lucas o primeiro volume, é ali que vamos encontrar o prefácio daquilo que ele escreveu: Lucas 1:1—4

Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.

C. Vamos notar juntos, algumas dessas afirmações feitas por Lucas nos versos acima:

1. Em primeiro lugar ele nos diz que seu material trata-se de πράγμα prágma — aquilo que foi feito ou fatos consumados. 

a. Trata-se de fatos que se πληροφορέω pleroforéo – realizaram.

b. Mas esses fatos não se realizaram de forma inesperada ou acidental. A vida de Jesus e o surgimento da Igreja cristã aconteceram para cumprir as profecias do Antigo Testamento. 

2. Em segundo lugar, Lucas nos diz que consultou:

a. Testemunhas oculares dos fatos.

b. Aqueles que se tornaram servos da Palavra.

c. Aqueles que desde o princípio, acompanharam o ministério de Jesus: seus discípulos.

D. Além disso, Lucas menciona seu próprio trabalho, caracterizando-o como...

1. Acurada investigação de tudo.

E. Depois de constatar os fatos, de falar com as testemunhas e de fazer sua pesquisa veio, por fim, o documento escrito.

F. Por fim, Lucas declara que seu propósito era ajudar Teófilo e, qualquer outro leitor dos seus dois tratados, a terem “plena certeza das verdades em que foram instruídos”.

II. Lucas Como Diplomata
Império Romano

A. Quando Lucas escreveu seus tratados, o mundo daqueles dias era dominado pelo império Romano. Nada podia acontecer independente do conhecimento de Roma e, quando acontecia, se não agradasse a Roma, os indivíduos estavam sujeitos a pesadas represálias.
 
George Orwell 

B. Tudo era controlado pelo império. O “grande irmão” ou “big brother”, do romance “1984” de George Orwell, publicado em 1949, já estava ativo nos dias do império. Roma tinha “olhos” e “ouvidos” em todos os lugares. Nada escapava seu controle.

C. Sendo essas coisas assim, era necessário tomar muito cuidado com o que se escrevia. Por esse motivo, nós podemos notar as seguintes três características nos escritos de Lucas, com respeito aos dominadores daqueles dias:

1. Oficiais romanos são, geralmente, apresentados como amigos da fé cristã. Alguns chegaram mesmo a se converter:

a. O centurião romano aos pés da cruz de Cristo — Lucas 23:47: Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo.

b. O centurião Cornélio — a história da sua conversão está registrada em Atos 10 e será objeto de nossa atenção no futuro.

c. Sergio Paulo, procônsul romano na Ilha de Creta — Atos 13:12. Também iremos falar dele no futuro.

d. Outro centurião, chamado Júlio tratou Paulo com humanidade — ver Atos 27:2

2. As autoridades romanas não conseguem se convencer da culpa, nem de Jesus nem dos seus discípulos, mesmo diante de verdadeiras multidões de acusadores.

a. Nem Pilatos, governador da região da Judéia, onde ficava a cidade de Jerusalém, nem Herodes, o tetrarca da Galiléia, enxergaram nenhuma culpa em Jesus – ver Lucas 22:23.

 
Filipos

b. Em Filipos, as autoridades depois de terem mandado açoitar a Paulo e Silas e colocá-los no cárcere, foram depois, pedir desculpas pessoalmente pelos maus tratos — trataremos disso no futuro.
Ruínas de Corinto

c. Em Corinto, Gálio que era procônsul da região da Acaia, recusou-se a julgar Paulo — vamos falar mais acerca disso no futuro.

Colunada em Éfeso

d.Em Éfeso, o escrivão da cidade declarou Paulo e seus companheiros inocentes — mais sobre esse assunto no futuro.

e. Félix e Festo, sucessores de Pilatos, como governadores da Judeia, bem como o rei Agripa II, foram incapazes de condenar a Paulo. O último acabou por enviá-lo para Roma, para ser ouvido pelo próprio imperador — ver Atos 26:32
   
3. Em terceiro lugar, em nenhuma passagem, nos escritos históricos de Lucas, nós encontramos qualquer declaração de que a fé cristã não fosse considerada “religio licita”, i.e. uma religião aceita pelo império romano. Pelo contrário, a fé cristã é apresentada como a herdeira legítima das promessas feitas ao povo de Deus no Antigo Testamento.

III. Lucas Como Evangelista e Teólogo

A. Os escritos de Lucas são, marcadamente, caracterizados por uma sólida teologia da salvação, que tem sido, muitas vezes, chamada de “História da Salvação”, porque nela podemos identificar os grandes atos de Deus na história da humanidade.
B. Entre essas características nós podemos citar:
1. O Deus Criador é soberano sobre tudo e sobre todos e é Ele quem ordena os tempos e das épocas — ver Atos 1:7; 4:24; 14:15 e 17:24—27.
2. A salvação é algo que foi preparado e ordenado por Deus — ver Lucas 2:30—31.
3. A salvação é alcançada mediante a intermediação do homem e Filho de Deus, Jesus Cristo — ele é o mediador da Nova Aliança — ver Hebreus 8:6 e 9:15.
4. A salvação é oferecida a todas as pessoas, sem nenhum tipo de distinção ou preferências — ver Lucas 3:3—6; Atos 2:17 e note a ênfase na expressão: “toda carne”.
5. O “lugar” – τόποςtópos de Deus é Sua presença e não um local geográfico qualquer. Deus está onde Seu povo está — ver Mateus 18:20 e João 4:21—24. Deus não habita em casas feitas por mãos humanas — ver 1 Reis 8:27 e comparar com Atos 7:48—50.  

6. O povo de Deus é um povo peregrino — ver Atos 7:2, 4, 6, 29 43 e 48.
7. Descendência física de Abraão não é suficiente para garantir, nem constitui a base para a salvação de ninguém.
Conclusão:

1. Somos gratos pelas descobertas que historiadores, arqueólogos, linguistas e etc., fazem e que vêm corroborar ou confirmar o que está escrito nas páginas das Escrituras.

2. Mas, não é por causa deles que acreditamos em Deus e em Jesus Cristo.

3. Nós cremos porque aquilo que foi profetizado foi realizado, testemunhado, transmitido e investigado, foi escrito, sob inspiração do Espírito Santo de Deus, e está na Bíblia. É isso mesmo: nós cremos porque a Bíblia assim nos diz!

4. Lucas, em seus tratados, produz evidências de que:

a. A fé cristã não representava nenhum perigo para o império, porque alguns dos seus próprios oficiais haviam abraçado a mesma.

b. A fé cristã era inocente, porque os juízes romanos não conseguiam encontrar base para condenar seus membros.

c. A fé cristã era lícita, porque se tratava do verdadeiro cumprimento do judaísmo.

5. A promessa de Deus acerca da salvação é, nas palavras do apóstolo Pedro em 

Atos 2:39

Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.

6. Que possamos ser revestidos de especial humildade e gratidão a Deus, por sua “tão grande salvação” – ver Hebreus 2:1—4.

OUTRAS MENSAGENS DO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — PARTE 2 — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 003 — A TRANSIÇÃO DO VOLUME ANTERIOR — Atos 1:1—5

SERMÃO 004 — A NOVA DIREÇÃO EXPLICADA — Atos 1:6—8

SERMÃO 005 — A ASCENSÃO DE JESUS — Atos 1:9—11

SERMÃO 006 — PERSEVERANDO UNÂNIMES — Atos 1:12—26

SERMÃO 007 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 001 — Atos 2:1—4

SERMÃO 008 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 002 — Atos 2:5—15

SERMÃO 009 — A PROFECIA DE JOEL — Atos 2:14—21

SERMÃO 010 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 001 — Atos 2:22—36

SERMÃO 011 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 002 — Atos 2:37—41

SERMÃO 012 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47

SERMÃO 013 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47 — PARTE 002

SERMÃO 014 — A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA — Atos 3:1—10

SERMÃO 015 — A EXALTAÇÃO DE JESUS E A CONDENAÇÃO DOS HOMENS — Atos 3:11—21

SERMÃO 016 — SALVAÇÃO E REFRIGÉRIO: BÊNÇÃOS DAS DUAS VINDAS DE JESUS— Atos 3:17—21

SERMÃO 017 — JESUS CUMPRE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO — Atos 3:22—26

SERMÃO 018 — INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES — Atos 4:1—22

SERMÃO 019 — A IGREJA ORA EM COMUNHÃO — Atos 4:23—31

SERMÃO 020 — A IGREJA VIVE EM COMUNHÃO — Atos 4:32—37

SERMÃO 021 — ANANIAS E SAFIRA — Atos 5:1—11

SERMÃO 022 — A COMUNIDADE DOS CRENTES — Atos 5:12—16
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/11/atos-512-16-sermao-021-comunidade-dos.html

Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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